16/03/2006

My Name is Bond

Quando eu era menino, tive um vizinho chamado André. Ficamos amigos. Mas ir à casa dele e pedir para que o chamassem era uma coisa muito estranha. Parecia que estava pedindo para chamarem a mim mesmo. Conversar com ele era engraçado.Toda vez que eu dizia o nome dele, imaginava que estava conversando com meu espelho e, volta e meia, nem lembrava mais do que ia dizer.Nunca gostei assim, por demais, do meu nome. Mas também nunca o achei ruim. Na verdade, não suporto é ser chamado de André Luiz. Na escola eu tinha calafrios por causa disso. Por favor, se você me encontrar na rua, não me chame de André Luiz, ou não me responsabilizo pelo que pode acontecer. Detesto André Luiz. Aliás, odeio nomes compostos. Com raras exceções. Tem gente que acha lindo. Rodrigo Ricardo. Otávio Roberto. Onofre Eduardo. Eu acho o fim. Parece coisa de novela mexicana. Pior só mesmo aqueles nomes enormes, cheios de sobrenomes. Supostamente, algo com ar aristocrático. Para mim, de uma breguice ímpar. Volta e meia meu nome aparece em um personagem na televisão. E sempre sobra pra mim. Já fui André Cajarana durante não sei quantos anos. Até hoje aparece algum engraçadinho metido a piadista que me chama de André Cajarana. Que eu nem lembro mais quem era, só que era um personagem do Tony Ramos. Eu acho. Agora, esse tal de André, de Belíssima. O sem-vergonha, safado e picareta que roubou tudo da Júlia. É, eu vejo novela também. Por quê, vai encarar? Pois bem... Agora, quase todo dia sou obrigado a ouvir as piadinhas: "Ah, André, mas não é igual ao da novela, né?". Um saco. Ainda mais que o cara, além de sacana, é mais feio do que eu. A fase não anda boa. Além de me chamar André e ser obrigado a ouvir esses gracejos sem graça, ainda sou publicitário, mineiro e careca. Aí, sempre tem outro engraçadinho que diz: "Mineiro, publicitário, careca... Sei, sei, igual ao Marcos Valério...".
No meu caso, ainda mais um agravante. Tenho o mesmo nome do ator da Globo, aquele, que quis dar um beijo no Pelé. Conhecido por, volta e meia, aparecer mal na fita por aí. Mais uma vez, as gracinhas. Enquanto tive um blog, dezenas, centenas de vezes, entrou gente lá e deixou comentários pensando que eu fosse ele. Teve gente que xingou, teve gente que elogiou, teve gente propondo casamento. Até uma macacas de auditório do fã-clube do rapaz andaram aparecendo, e dizendo que eu não devia usar o nome do talzinho para aparecer às custas dele. Pode, uma coisa dessas?De qualquer modo, não desgosto do meu nome. Se pudesse, tiraria o Luiz, e seria só André. Teve uma época em que eu queria me chamar Zé. Só Zé. Zé de nada. Zé. Mas passou. Hoje eu até gosto do nome que tenho. E mesmo do nome "artístico". André vem do grego, e significa "forte, viril". Isso deve ser bom. E deve haver um motivo para eu ter esse nome. Hoje entendo que há motivos para tudo nessa vida. Agora, eu só peço aos engraçadinhos de plantão que parem com essa chatice de fazer piada com o André da Júlia. E com o Marcos Valério. É muito chato.Mas, pensando bem, podia ser pior. Eu podia me chamar Bráulio.
Aí, era o fim da picada.

3 comentários:

Anônimo disse...

Caro André (gulp!) Luiz:

Podemos constatar que André rima com Mané.

Que tal Mané? Mané da Vazante?

Fica a sugestão.

Durvalino

Cláudia Cyléia disse...

Ah, eu gosto do meu nome composto. É brega e de novela mexicana, mas não me imagino com outro :)
Não sabia daqui, achei o link no blog da Rita.

Anônimo disse...

bom comeco