27/11/2008

Falar grego costuma ser algo extremamente solitário.

21/11/2008

Qualquer Coisa

Hoje, 8 da noite, na Jockey Fm- 88,1, tem mais um programa Qualquer Coisa.
Samária Andrade, André Gonçalves e Phylippe Moura levam, para o estúdio, a consultora de moda Gisela Falcão.
O tema: "Moda: a gente veste o que a gente é?".
(foto: André Gonçalves)
mais fotos AQUI e AQUI

19/11/2008

Eu e ela temos hábitos estranhos à maioria dos pares normais. Um deles é o hábito de conversar muito, nos intervalos de uiuiuis diversos. Conversamos sobre tudo. Mesmo. Um dos assuntos recorrentes é o aparente despreparo dos alunos das universidades para se tornarem algo mais que portadores de diplomas, que casa com o aparente despreparo das instituições quando se trata de despertar interesse e, ainda pior: pelo aparente desinteresse da maior parte dessas instituições em separar o ser humano com capacidade de realmente aprender alguma coisa do ser humano com vontade de ganhar um diplominha na moleza. E outro assunto recorrente dentro da mesma temática é a impressão cada vez mais forte de que não, nossos meninos não estão sendo preparados para pensar e, sim, para replicar um pouquinhozinho do conhecimento acumulado e acertar, who knows, 87% das questões dos “vestibulares”. Que nossos meninos e meninas, os que se matarem mesmo de estudar, vão chegar à universidade craques em química orgânica mas péssimos em qualquer assunto extra-BBB e Campeonato Brasileiro. E a gente fala de Edgar Morin e seu pensamento complexo como quem fala grego no deserto do Atacama. E, aí, a gente lê isso e em seguida vê o vídeo aí abaixo, e pensa se não é melhor botar a mochila nas costas e ser easy rider por aí. Porque a gente tá vendo isso que está sendo dito, e a gente tem vontade de meter o pé na porta, mas cadê que alguém quer ser nossas costas-largas em favor de uma mudança de verdade? Que nada. Eles querem é colocar computador em escola do agreste pra gerar caracteres em campanha eleitoral. “Mil isso, mil aquilo, milhares de aquiloutro. E tá bom, gente, que subimos 7 pontos nas pesquisas”. Mas, sabe, semana passada eu e ela ministramos uma Oficina de Redação em uma universidade. E, sabe, percebemos que somos capazes, sim, de mudar pelo menos um pedaço do mundo, e que no meio da pasmaceira tem gente que quer ser mais que portador de diploma. E coisas como essa Oficina e o pessoal que apareceu por lá dão vontade de continuar acreditando. Dá uma esperança, sabia?

* olha não tô conseguindo postar aqui o vídeo, mas o link tá ali em cima, funcionando.
** para se ter uma idéia da estranheza: domingo, 9 da noite, nós comendo pipoca assistindo a um documentário sobre a Al Jazeera.
(foto: André Gonçalves)
Agora, sou eu quem digo

Ter Frank Aguiar como representante da música piauiense é uma vergonha.

12/11/2008

(foto: André Gonçalves)

11/11/2008

Oficina de Redação Publicitária no Ceut
Com André Gonçalves e Samária Andrade
dias 12 e 13 de novembro
Esgotado

10/11/2008

Meu Flickr:

Intacta Retina

07/11/2008

Qualquer Coisa

05/11/2008

Outro dia perguntaram por onde anda a poesia que brincava de casinha neste blog. E eu digo que estou ocupado demais no momento, tentando dar minha gigantesca contribuição na transformação do mundo (e tentando vender meu livro, 20 reais pelo email andrepiaui@hotmail.com ou na Livraria Universitária). Mas ela, a madame poesia, está aqui. É que às vezes a gente não entende pelos disfarces que ela veste. Ela pode vir vestida de fotografia, de vídeoclip, de questionamentos sobre qualquer coisa , de eleições americanas. Aliás, eleições americanas. Não poderia ser mais poética esta eleição, aparentemente emocionalizada e, assim espero, emocionalizada mesmo. Porque a gente já usou demais a razão e parece que, para a maioria das coisas, não deu muito certo. Não lembro de algum presidente de qualquer país ser eleito e falar para os gays, falar da avó, dizer que a mulher dele é o amor da vida dele. Não lembro de um presidente da maior potência bélica do mundo ter dito que eles são um país cujo maior mérito não é a força, são as idéias. Não pensei que iria ver um presidente de sobrenome Hussein em um país traumatizado por guerras e atentados e histeria em relação a Husseins do mundo inteiro. E, por mais que a gente não queira, não dá para não lembrar que ele é negro, e agora presidente de um país que todo mundo diz que é racista de carteirinha. Se a gente acha MESMO que isso não tem importância, é só ver a foto do Jesse Jackson chorando e tentar entender. É bom a gente pensar que as barreiras começaram a cair e que se o país que “melhor” vende sua ideologia vender bem esse tipo de coisa, o mundo pode ser mesmo melhor. O mundo amanheceu mais esperançoso, hoje, e isso é bom. Sempre é bom. Até porque lá os críticos de Obama o chamaram de “socialista”, e disseram que suas idéias tinham fundamentos “marxistas”. Eu não posso dizer se ele é ou não é, e se as pressões da maior economia do mundo vão permitir algum avanço significativo na distribuição da renda mundial. Mas, se os críticos o acusaram de “socialista” e ele ganhou a eleição no maior país capitalista do mundo, olha a poesia acontecendo aí, gente. Tomara. Tomara mesmo. Que esse sopro de alegria e esperança que o mundo sentiu na noite de ontem vire ventania. Yes. We can.

04/11/2008

03/11/2008

Às vezes questiono se automobilismo é esporte. Porque parece lógico que esporte tenha a ver com limites do corpo, sendo o próprio corpo o equipamento usado para correr, saltar, chutar, arremessar, nadar. O que seja. Mas insistem em falar da preparação física dos pilotos. Que eles têm de ser atletas. Pelo bem do senso comum, digamos que sim, que Fórmula 1 é esporte, então. Eu sempre gostei do Nélson Piquet. O pai, porque o Nelsinho, pif. Lembro que ele, o pai (porque o filho, pif), foi campeão pela primeira vez e deu um grito e saiu correndo no meio da entrevista. Achei genial. Aí veio Ayrton Senna. Para mim, o romantismo da F1 acabou com Senna. Não com a morte dele, fique claro. Com a vida dele. Com o racionalismo dele. O profissionalismo dele. Com a aparente emocionalização calculada dele. Com o maniqueísmo em volta dele, que era a personificação do Bem contra os ímpios do asfalto. Deus na curva. Bandeirinha no cockpit. Panpanpan. E o cara, que era O cara com um volante nas mãos, morre fazendo a coisa que fazia, dele, O cara. Aí tem o Massa. Eu gosto do Massa. Eu vejo nele uma emoção sincera, e uma racionalidade que não parece resvalar no cinismo. Mas aí tem o Hamilton. E tem a McLaren, que me incomoda como incomodava quando o Senna era da McLaren. E não é à toa que ela é prateada. Ela cheira a frieza. E a gente entende porque Senna nunca pilotou uma Ferrari. E a gente entende porque a Ferrari tem legiões de torcedores espalhadas mundo afora. E a McLaren não. Hamilton é campeão. E não vou dizer aqui o chavão “o primeiro negro campeão de F1” porque isso, sinceramente, não quer dizer nada. Obama representa alguma coisa. Hamilton não. Hamilton só representa que um inglês ganhou um campeonato de Fórmula 1. E que a gente não entende, mas torce por pessoas que a gente nunca viu na vida.O futebol explica quase tudo das reações e relações humanas. Já a F1 eu nem sei se é esporte, e até questiono também dezenas de subliminares despejadas em cada curva. Mas não custa prestar um pouco de atenção, também. Porque atrás de cada capacete também bate um coração. E tem um pouco de cada um de nós.

*Não, não esqueci do Rubinho. É que ele sempre chega depois, mesmo. Eu até gosto do Rubinho. Ele deve ser um cara legal pra gente bater papo no churrasco. E foi piloto da Ferrari. Schumacher à parte, para ser piloto da Ferrari deve ser preciso ser um cara legal.

** A foto. Gostei muito. E tirei daqui. Eu gosto do Flávio Gomes.