09/02/2011


A título de informação

Talvez você ache um saco os posts que vou colocar, a partir de hoje, sobre Paris.
Talvez ache o autor, no caso eu, um deslumbradozinho, um intelectualzinho, um classemédiacontadordevantagensporquefoiaparisumaveznavida.
Talvez você deixe comentários críticos aí embaixo de vez em quando. Talvez você tenha ido e pensado “caramba, era só isso”?
De repente você detestou a comida.
De repente, sei lá, você simplesmente não achou a menor graça. Acho difícil, mas acontece.
Mas pode ser que você se identifique. E se arrepie, ou se emocione, ou chore, ou ria, ou sinta saudades daquela vez que você foi lá e passou três dias.
Pode ser que você lembre de como era viver em Paris quando você foi lá passar dois anos estudando. Pode ser que você ache graça de uma ou outra coisa fora de contexto, ou se sinta representado por esses posts de alguém que foi pela primeira vez
a Paris, sem ser rico, sem saber falar francês, sem fazer pose para colunas sociais e com grande possibilidade de passar perrengue em terras alheias.
Não sei o que você vai achar.
Sei que adiei ao máximo escrever esses posts, e cheguei a jurar que nem os faria. Era minha maneira de guardar, dentro de mim, os lugares, os sentimentos e alegrias e dúvidas, e risos e lágrimas. Pensei que só abriria esses sentimentos para esses que tiveram a oportunidade de ir lá e sentir o que senti. Tem gente que vai e não sente. Tem gente que vai e detesta. Tem gente que vai e morre de amores. Tem gente que vai e não volta. E tem gente que, como eu, vai e, de algum modo, mesmo que rode o mundo inteiro, nunca mais sai de lá.
Se sentir vontade, leia os posts. Você que conhece bem Paris, perdoe eventuais percepções distorcidas, releve algum momento deslumbradinho. Porque foi deslumbre, sim. Nunca um deslumbre cego. Mas um deslumbre de alguém que foi a um lugar onde sempre quis ir, mas que por quase 40 anos acreditou que nunca conseguiria.
Perdoe algum tom exageradamente condescendente, ou até mesmo delirante. Se puder, me ajude a compreender o que é Paris, e onde a Paris real se encontra com a minha Paris (todo mundo que vai passa a ter a “sua” Paris, já comprovei isso). Porque eu vi Paris nos livros, nos filmes, nas fotos, nos sonhos. E, um dia, vi Paris. Fui lá. Toquei nas paredes que antes eram devaneio, e elas existem. São reais. São de pedra. E agora são paredes-lembrança.
Sabe. Eu ainda estou lá. Voltei, mas até agora não saí de lá.
Espero que compreenda.
Foi só pra esclarecer.

*aproveito pra dizer que NÃO, NÃO será um "diário de viagem", apesar de, evidentemente, sê-lo;
**aproveito para dizer que TODAS as fotos publicadas aqui serão as que eu fiz lá, portanto não copie, não use, bláblábla;
***aproveito para pedir que você, tendo ido ou não a Paris, PARTICIPE, comente, opine, critique, sempre naquele nível a que as pessoas costumam dar o nome de "adequado";
****aproveito para dizer que faz (fazem?) 7 meses que não posto nada, e que agora, ahá, vai ter de me aturar.

5 comentários:

Marjorie disse...

Venho seca pra cá e era só um teaser? Poxa! =-P

Anônimo disse...

Que nossa memória regule diafragmaticamente cada ângulo> Para que a memória não fuja da cena vista numa infindável profundidade de campo.
JacDourado
Jacdourado@uol.com.br

Mariana Arraes disse...

Dedé, continue escrevendo sobre a viagem de vocês. Assim você me estimula a dar uma passada lá no final do ano. Eu acho que eu ia causar nas ruas de Parrí, com essa minha loucura sóbria, né não?
=P

sanka disse...

Tenho visto as fotos. Lindas fotos, diga-se. Vou aturar, na certeza de que vai ser bom.

Abraço.

Moi Mêmme disse...

Oi, André,
Vim até aqui através de um link da Marjorie Rodrigues aqui abaixo (que tb não conheço).
Bom, não comecei a ler o "diário", mas já tou me divertindo à beça, pq nunca ouvi ninguém dizer que, "embora tenha rodado o mundo, nunca saiu de lá"... é engraçado pq eu sempre senti isso, mas nunca ouvi ninguém dizê-lo! Nasci lá e continuo lá! Da primeira vez que fui senti uma melancolia do caramba, como se há décadas não voltava à minha terra natal... coisa de doido, heim! :D
(não te convido a visitar meu blog; ele é tolo, e eu quero não ser)
Bjs,
Moi