20/04/2009


Semana passada vi no Fantástico matéria sobre o “desligamento da memória”. Um cientista que experimenta um mecanismo para desligar conexões formadas no cérebro e fazer a pessoa esquecer fatos, comportamentos, pessoas. Lacuna Inc. Um dos mais the best of all time, Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembrança, já me fazia pensar nisso. Tem gente que diz não se arrepender de nada. E que não é preciso esquecer nada. A mim parece frase de perfil besta de Orkut. Eu queria, sim, esquecer muitas coisas. Não saber que existiram. Coisas, pessoas, fatos. Lugares. Não, não são “muitas”. Talvez, várias. Enfim. Adoro ficção científica virando realidade. Ou alguém tentando. Pílula pra apagar lembranças ou vícios ou o que. Genial. Não tenho medo. Acredito sinceramente que no meio de tudo de ruim que há por aí há chances de sabermos o que fazer com isso. Ninguém está imune a erros e megalomaníacos com sonho de dominar o mundo. Claro. Mas a gente sabe dar jeito neles. Ou não. Mas eu compraria um vidro e deixaria no armário do banheiro. Papo furado o “tudo serve de aprendizado”. Serve. Serve. Mas convenhamos que era melhor aprender de outro jeito. Então, esquece. E refaz a conexão de outro modo. Sim, o cientista do Fantástico diz que é possível. Tipo: te conheço, mas minha experiência com você foi uma bosta. Off. Não sei quem você é. Conheço outra vez. Puxa, que beleza de pessoa é você. Acredito que é possível redescobrir coisas, pessoas, lugares, olhando de uma posição meio passo mais à esquerda e, oh! Mas tem gente que não. Tem gente que não dá para apagar e conhecer de novo. Apaga, e fim. Não sei. Tenho dúvidas. Ah, falando de Oeiras. A primeira capital do Piauí. Adorei Oeiras. Na verdade, adorei Joca Oeiras e Bill. Eu não tomaria pílula para esquecer Oeiras. Quer dizer, vamos considerar que Oeiras seja inteira Joca, Bill e as pessoas que conheci. Stefano. Vivaldo. Outras, várias. Lúcia Vanda já conhecia. E o banquete na chegada. E os sorrisos e abraços e conversas e visitas e a história sob os pés durante dois dias. E os risos. E Ela, claro. Até porque com Ela nenhum lugar consegue ser ruim. Porque Ela é, agora, um pouco Oeiras também. Então, se as cidades são as pessoas, Oeiras é um lugar excepcional. Não sei a Oeiras dos outros. A que conheci, é. Abraço, Oeiras.


fotos de Oeiras: aqui e aqui.

2 comentários:

Ioneide Santos disse...

Tem razão. Oeiras que nasci e que sempre volto qdo quero recarregar a energia é um lugar excepcional.É pra lá que vou .Colocar uma flor no pé de Deus e jogar uma pedra no pé do diabo, andar pelas ruas, passar em frente ao solar das 12 janelas (você nem imagina as peraltices que eu fazia quando passava lá em frente- e olha que lá morava uma das minhas professoras), subir no morro do Leme, Igreja do Rosário...são tantas lembranças, só que viveu sabe o que falo.Algumas coisas parecem que pararam no tempo: os cãnticos da missa , o coral...e isso me deixa tão feliz!Por isso é bom viver, sentir Oeiras...

P.S. Ainda espero a foto no lançamento do livro, lembra?

Danuse disse...

"Na falta de perdão, abre-te ao esquecimento". Se você aprender o segredo, me ensina?