19/11/2008

Eu e ela temos hábitos estranhos à maioria dos pares normais. Um deles é o hábito de conversar muito, nos intervalos de uiuiuis diversos. Conversamos sobre tudo. Mesmo. Um dos assuntos recorrentes é o aparente despreparo dos alunos das universidades para se tornarem algo mais que portadores de diplomas, que casa com o aparente despreparo das instituições quando se trata de despertar interesse e, ainda pior: pelo aparente desinteresse da maior parte dessas instituições em separar o ser humano com capacidade de realmente aprender alguma coisa do ser humano com vontade de ganhar um diplominha na moleza. E outro assunto recorrente dentro da mesma temática é a impressão cada vez mais forte de que não, nossos meninos não estão sendo preparados para pensar e, sim, para replicar um pouquinhozinho do conhecimento acumulado e acertar, who knows, 87% das questões dos “vestibulares”. Que nossos meninos e meninas, os que se matarem mesmo de estudar, vão chegar à universidade craques em química orgânica mas péssimos em qualquer assunto extra-BBB e Campeonato Brasileiro. E a gente fala de Edgar Morin e seu pensamento complexo como quem fala grego no deserto do Atacama. E, aí, a gente lê isso e em seguida vê o vídeo aí abaixo, e pensa se não é melhor botar a mochila nas costas e ser easy rider por aí. Porque a gente tá vendo isso que está sendo dito, e a gente tem vontade de meter o pé na porta, mas cadê que alguém quer ser nossas costas-largas em favor de uma mudança de verdade? Que nada. Eles querem é colocar computador em escola do agreste pra gerar caracteres em campanha eleitoral. “Mil isso, mil aquilo, milhares de aquiloutro. E tá bom, gente, que subimos 7 pontos nas pesquisas”. Mas, sabe, semana passada eu e ela ministramos uma Oficina de Redação em uma universidade. E, sabe, percebemos que somos capazes, sim, de mudar pelo menos um pedaço do mundo, e que no meio da pasmaceira tem gente que quer ser mais que portador de diploma. E coisas como essa Oficina e o pessoal que apareceu por lá dão vontade de continuar acreditando. Dá uma esperança, sabia?

* olha não tô conseguindo postar aqui o vídeo, mas o link tá ali em cima, funcionando.
** para se ter uma idéia da estranheza: domingo, 9 da noite, nós comendo pipoca assistindo a um documentário sobre a Al Jazeera.

2 comentários:

Iasminne Fortes disse...

"...que no meio da pasmaceira tem gente que quer ser mais que portador de diploma."

Eu quero, André! Apesar de saber que um diploma é importante, também sei que a atitude diante de algumas coisas é que fazem a diferença. Adorei a Semana de Comunicação e a Ofinica de Redação - apesar de não ter visto o último dia. Mas, fiz o 'para casa' haha - , adorei ver o Rafael Cortez... mas foi a mesa redonda entre sekeff, Cristiane Ventura, Samária e Larissa que me fizeram sentir orgulho. ;)

Beijos

[ah! Li seu livro, viu? É lindo, mágico... cheio de coisas doces.]

oseguinte disse...

temos mais 2 no nosso time. \o/

;]