09/05/2007

Só para constar

Eu não sei quem disse isso que acho que ouvi alguma vez em algum lugar, e se ninguém disse estou dizendo e tomando posse do agora dito: não se escreve com as mãos. Escreve-se com a cabeça, na maior parte das vezes, e com o coração, nos escritos deverasmente importantes. Tem gente que consegue cortar o cérebro em fatias e escrever duas, três ou quatro ou oito ou doze ou duzentas e quatorze coisas ao mesmo tempo e agora. Eu também consigo, eventualmente, em especial quando cada tecla digitada tem como som resultante não o tec-tec-tec mas o tlim-tlim-tlim de caraminguás cada vez mais caraminguados que, nesse mundo onde o dinheiro não faz mais tlim-tlim-tlim e é apenas um resultado matemático virtual entre créditos (mínimos) e débitos (exorbitantes), convenhamos, é algo pouco relevante conceitualmente mas relevantíssimo na fila do supermercado – eca.
Mas, vem cá pra eu falar meio baixinho e ninguém ouvir: é chatíssimo ficar longe daqui e ficar escrevendo uma ou duas abobrices em quatro linhas esporádicas. Minhas abobrices merecem ser mais longas e frequentes, porque é com elas que esqueço que o mundo é enorme e eu sou pouquinho, e me sinto o todo-poderoso senhor do meu próprio e íntimo universo, mais gigantesco ainda que o outro, mas sob meu completo domínio.
Em assim sendo, cá eu me comprometo com-migo e com todos usteds que porventura desembarquem nestas plagas, que vou voltar a postar nesse minifúndio virtual com frequência. E que, assim sendo, vou assumir outra vez um risco que, por muito tempo, andei fugindo de correr: o risco de expor quem sou, o que sou, o que era, o que fui, o que serei, o que acho, o que gosto e desgosto, e assim assumo o risco de ser gostado e desgotado por quem me lê. Mas é um risco do qual não posso mais fugir, mesmo que aqui e ali na minha vida tenha ouvido dizerem que sou pedante, que sou tolo, que gosto de holofotes, que gosto de aplauso. Gosto, sim, mas gosto muito mais ainda de discussões, inteligentes ou nem tanto, especialemnte as não mornas, porque as pouco quentes eu vomito. Gosto de contestar e ser contestado, gosto de conversar apesar da minha fama e meu jeito caladão, gosto de ser inflexível em minhas opiniões até descobrir que eram opiniões burras e mudar completamente da água para o vinho e do vinho para o guaraná Simba. Gosto de holofotes, sim, mas porque cada holofote aceso em mim me expõe ao máximo, nem tanto a minha vida privada e íntima porque isso é problema meu, seu voyeur cara-de-pau!, mas sou um exibicionista do meu próprio mundo e das minhas virtudes e dos meus defeitos e dos meus pensares e das minhas coisas mais estúpidas e infelizes.
E, em assim sendo, cá estou eu, mexendo de novo no vespeiro de mim mesmo e pedindo paciência e presença e críticas e sugestões e reclamações e tapinhas nas costas e pauladas na moleira.
Tô na área.

Um comentário:

Anônimo disse...

e se derrubar é penalidade.
a regra é clara.
:P