28/10/2006

Blog do Lelê

Trecho de um post imperdível:

De tarde teve uma coisa chamada velório e eu não fui para a escola. Não ir para escola é bom, mas dessa vez não foi.

Eu vi a minha avó no caixão e foi estranho, porque não parecia que ela tinha morrido. O corpo dela estava igualzinho, e eu tinha a impressão de que ela ia levantar. Eu ficava pensando assim: “Se tem coisa que quebra e pára de funcionar, mas depois dá para consertar, porque não pode ser assim com o corpo da gente? Devia ter um jeito de consertar as pessoas depois que elas quebram, e aí elas voltam a funcionar.”

Mas eu não falei isso para ninguém porque iam dizer que eu era bobo.

O velório é uma coisa estranha. Toda a família vai, até aqueles primos que você nunca vê. E todo mundo fica triste porque alguém morreu, mas também fica um pouco alegre porque toda a família está junta. Mas eu não entendo uma coisa: se todo mundo fica feliz porque fica junto, por que não fazem isso nos outros dias, quando ninguém morreu?

Bom, ali no velório eu comecei a pensar uma coisa que eu nunca tinha pensado. Pensei que um dia eu vou morrer. E também pensei que um dia o meu pai e a minha mãe vão morrer. E pensei que o meu avô, que mora em casa e é pai do meu pai, deve morrer logo, porque ele é o que está mais velho de todos.

Acho que o meu avô pensou a mesma coisa, porque ele estava o maior calado.


Corra lá e leia completo.
Juro que vale a pena. Clique AQUI.

2 comentários:

andrea mello disse...

adorei a dica. muito lindo.

andrea mello disse...
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