29/09/2006

Lula não vai a debate da Globo

Análise de Eliane Cantanhede, da Folha:

Aposta de risco

De Eliane Cantanhêde na Folha de S.Paulo, hoje:

"Entre perder ou perder, Lula optou pelo certo em vez do duvidoso. A previsão é que a ausência no debate da Rede Globo lhe custe dois pontos já pré-contabilizados. A presença seria uma aposta de risco: no papel de vítima, poderia conter a sangria. Mas e se gaguejasse, se errasse, se irritasse? Na dúvida, preferiu o aconchego do lar: o comício em São Bernardo.
Decisão temerária. Se Lula ainda estivesse com uma boa folga adiante dos adversários, teria gordura a perder e poderia dar de ombros para o debate. Mas, diante do Datafolha e do Ibope, com margem apertada de cinco pontos, qualquer pontinho a menos pode empurrá-lo para o segundo turno".
texto completo no Blog do Noblat.


Análise de Fernando Rodrigues:

As razões para Lula não ir ao debate

"Lula não compareceu aos debates nesta fase da eleição. Para o Brasil e para a democracia pode ter sido ruim. Para o petista, do ponto de vista tático-eleitoral, não havia alternativa.
Sejamos francos: político quer ganhar eleição. O que Lula poderia ganhar se fosse? Muito pouco. Só que o risco de perder seria sempre enorme.
Numa visão edulcorada da realidade, poetas e “luas-pretas” ao lado de Lula começaram a argumentar há uma semana que o presidente deveria ir ao debate para debelar a sangria de votos que poderia se dar por causa do escabroso “dossiêgate”. Por essa teoria, Lula se daria muito bem na discussão, garantiria os votos que já tem e ainda teria até como conquistar alguns outros. A tese é polêmica".
texto completo AQUI.


Análise de José Dirceu:

Lula tem razão em não comparecer ao debate

Quando um presidente da República comparece a um debate público – principalmente como este, em que todos os adversários estariam concentrados apenas em atacá-lo – expõe ao tiroteio não apenas suas propostas e realizações, mas a própria instituição que representa. Sabemos que o interesse dos demais candidatos não é discutir projetos de governo, isso ficou demonstrado em toda a campanha. Por isso, Lula não deveria ter ido ao debate.


Análise de Guilherme Fiúza:

O mensalão não foi ao debate

"O melhor participante do debate eleitoral na Rede Globo foi a câmera. Não houve, nas quase duas horas de discussão, argumento mais eloqüente que o close na cadeira vazia de Lula. O que é muito pouco.
A pouco mais de 48 horas das eleições, com o presidente cerca de 5 pontos percentuais à frente da soma de seus adversários, os escândalos que colocam seu governo sob suspeita não foram ao debate. Ou melhor: foram, mas estavam mais roucos e abatidos que o gripado candidato Cristovam Buarque".
texto completo no No Mínimo.


Análise de Carla Rodrigues:

"Na cadeira vazia que encerra essa eleição fria está mais do que arrogância de favorito – o mínimo que se pode dizer tanto dele quanto de FHC em 1998. Está também um político que, nesses 17 anos, foi se moldando (ou sendo moldado) pelas exigências de um projeto de poder.
Em nome desse projeto de poder, supostamente pela primeira vez fora da mão das grandes oligarquias e da elite, Lula tem adotado como princípio – e sua ausência no debate final da campanha é só mais um exemplo desse comportamento – a surrada tese de que os fins justificam os meios.
É fácil emplacar essa idéia se os fins oferecem aumento de salário mínimo e crédito acessível, apesar de caro (afinal, quantos eleitores sabem o que é dívida interna?).
O projeto de poder e a crença de que os fins justificam os meios explicam a cadeira vazia de Lula. Num país em que voto é obrigatório, candidato comparecer a debate também deveria ser".
texto completo AQUI, em sua coluna no NoMínimo.

Um comentário:

Anônimo disse...

e a análise de andré gonçalves?