cannibalis
da poesia
congelada
quero só o que escorre
pelas frestas
pelas bordas
pelo ralo
pelas costas
deixa intacta a letra morta
deixa o corte
fecha o lacre
deixa o corpo
esconde as sobras
dos famintos
cães da noite
da carne avermelhada
quero um pouco do suor
quero só o que importa
polpa fresca
intemperada
fibras mortas
devoradas
da poesia
quero o sal
quero o gosto
a mordedura
até que o vento
doure os nervos
e a mandíbula proeminente
solte o verbo
morda a língua
e engula a dor presente.
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9 comentários:
Querer só o melhor dos mundos...
"solte o verbo
morda a língua
e engula a dor presente."
escrevendo e humilhando, hein, andré gonçalves?
Chegue pelas bordas procurando carne em minhas palavras. Talvez não encontre sentido. Sei bem de um convite que tem pra você no meu blog.
É um convite, em primeiro lugar. Depois, há uma exigência: outras três indicações.
Nunca fui adepto disso (dessas "correntes"!). Mas partiu de moços tão engajados; não tive como recusar.
Espero o senhor por lá!
Abraços!
A todos o Melhor.....
Pq demoro a vir por aqui, se é tão bom quando venho...
Acho q vou precisar do emprego de guarda noturno.
bj,
Sam
André,
teu poema é belíssimo!
Tem a "polpa fresca, intemperada"...
Obrigado pela visita e comentários.
Se você não encontrar razões para ser livre, invente-as.
Abraços, flores, estrelas..
olha ..
tanto que ja tihna lido, encontrado os teus textos por aí, enrolado em outras letras ....
Não sabia do blog, não mesmo!!!
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Volto agora. Foi bom chegar.
Abraço
O poema esta muito bom, mas o que me deixou estarrecido foi do post anterior, esta genial.
Abraço
quem és tu, andré gonçalves?
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